sábado, outubro 12, 2019

Meu desejo é um pouco mais de respeito para o mundo que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele. Isso é algo que sempre deveríamos ter presente”.
- Claude Lévi-Strauss

domingo, junho 17, 2018

Técnica Luhmann de fichamento (Slip-box)

O slip-box não é uma coleção de notas. Trabalhar com ele é menos sobre recuperar notas específicas e mais sobre ser apontado para fatos relevantes e gerar insight ao permitir que as ideias se misturem

quarta-feira, março 09, 2016

A Utilidade do inútil



Conferência "A Utilidade dos Saberes Inúteis" com o professor Nuccio Ordine em 08 de março de 2016 no Teatro São Bento, São Paulo, SP, Brasil.

sexta-feira, setembro 25, 2015

(...)
Talvez viesse daí o decreto de morte da política do meu amigo. O problema não está na legitimidade do artista ou no tamanho de sua declaração pública. O problema está no público, na incapacidade do espectador de reconhecer as mensagens. Predomina uma consciência sem sentido histórico, sem conhecimento do que veio antes, que não sabe o que o Brasil viveu, o que atravessou e muito menos o que o mundo vive. Que canta bem os refrões em inglês, mas não sabe escrever nem expressar quase nada em português. 
(...)

Rock in Rio e a morte da política

sábado, janeiro 10, 2015

As casas pertencem aos vizinhos
os países, aos estrangeiros
os filhos são das mulheres
que não quiseram filhos
as viagens são daqueles
que nunca deixaram sua aldeia
como as fotografias por direito pertencem
aos que não saíram na fotografia
— é dos solitários o amor

Ana Martins Marques

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras!
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!

Abraço no meu leito as milhores palavras,
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Só o esquecimento é que condensa,
E então minha alma servirá de abrigo.

Fonte:
Mario de Andrade /Textos Mon Feb 25 2008 08:41:04 GMT-0300 (Hora oficial do Brasil)

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Ler um bom livro é melhor que surfar a Web

Magnet: O que seria necessário para melhorar a qualidade da informação na internet?
Stoll: Falta qualidade editorial na Internet. Um bom editor rejeita 99% de tudo o que chega às suas mãos, deixando passar pelo filtro apenas 1% de texto bem escrito e assuntos importantes. Como não há editores na Internet, o resultado é um monte de informação barata e de acesso fácil, mas que não é de boa qualidade. Se eu quiser informação de qualidade, de acesso fácil e rápido, posso ir ao site da Lexus, Nexus, Dow Jones Online, O Globo, mas aí tenho que pagar por ela. Conectar-se à Lexus custa U$ 200 por hora. Não é barato. Se eu quiser informação boa e barata, posso ir a uma biblioteca ou comprar uma revista, mas aí o acesso não é fácil nem rápido. Tenho que pagar pela qualidade editorial de alguma maneira.
O mesmo acontece com as notícias. O lugar mais rápido onde as notícias podem chegar instantaneamente é a TV. A notícia demora mais para chegar ao jornal, mais ainda para chegar à revista e ainda mais para chegar ao livro. Mas em cada estágio será melhor editada, melhor revisada, terá passado por mais reflexão. A matéria da TV será menos precisa, não terá detalhes; no jornal a matéria será mais bem escrita; o artigo da revista incluirá outras referências; o livro expressará as idéias de um indivíduo. Na Internet podemos obter instrução barata, fácil e rápida. Mas não é de boa qualidade. Se você quiser uma boa instrução, terá que pagar um bom professor! Terá que estudar muitas horas. Isso não é rápido nem fácil. Meu problema com a Internet é que ela promete o barato, o rápido e o fácil, mas não menciona a qualidade. E o "caso de amor" que temos com a rapidez e facilidade pode fazer com que ignoremos a qualidade. É isso o que está errado na Internet.

Magnet: Diferentemente da televisão, na Web você pode comunicar suas idéias a outras pessoas. Você não acha que isso faz a diferença?
Stoll: Quantas pessoas você acha que a sua mensagem pode alcançar? Você realmente acredita que na Internet a sua mensagem pode atingir um milhão de pessoas?

Magnet: Acho que depende da mensagem, não?
Stoll: Eu penso que existe uma relação entre qualidade de comunicação e facilidade de comunicação. Enviar spam ou junk mais é fácil, mas enviar um email bem elaborado é mais difícil. Enviar uma carta escrita a mão é muito mais difícil. Qual terá o maior efeito? Bem, a carta escrita a mão terá mais efeito sobre uma pessoa. A comunicação entre duas pessoas é a mais importante que existe. É dispendiosa, demanda tempo, exige que as pessoas se reúnam, mas é comunicação de alto valor. Abaixo disso temos o telefonema - nós poderíamos fazer esta entrevista por telefone, mas não seria tão agradável e significativa para mim. Abaixo do telefonema poderíamos ter uma entrevista via email. Abaixo disso poderíamos ter uma entrevista numa sala de bate-papo.
Minha tese é a de que quanto mais próximo você está de alguém, melhor é a comunicação, e quanto mais eletrônica é a comunicação, mais baixa é a qualidade. Quanto mais fácil é uma coisa, mais baixa é a qualidade. Eu visualizo um triângulo econômico. Se eu quiser comer uma comida barata, de acesso fácil e rápido, vou ao MacDonald's. Mas a comida não é boa. Se eu quiser comer uma comida boa, de acesso fácil, vou a um restaurante. Se eu quiser comer uma comida boa que seja barata, eu cozinho em casa. Minha tese é a de que a comida não pode ser ao mesmo tempo boa, barata e de acesso fácil. Com relação à informação, se eu quiser informação barata, de fácil acesso, vou à Internet. É o MacDonald's da informação.

Fonte: Revista Magnet, Cliff Stoll: Ler um bom livro é melhor que surfar a Web. ano 1, n.1, 1999, p11